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quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Entre São Pedro e São Paulo



Foi assim mesmo. Acredite que foi. Entre trovões e relâmpagos. Entre São Pedro e São Paulo, que começamos a história de um menino semideus: Asclepius, que ultrapassou os limites de Zeus – o deus maior de todos.
Nesse dia de água que salta nuvem e molha asfalto, terra e telhado; dentro de um círculo de giz, desfrutamos de um encontro entre deuses, narradores, adultos e crianças. Sendo crianças estas, das mais poetas as mais quietas.
Eram olhos estalados. Era berimbau ressoando entre ouvidos e livros. E um mundo Grego, diferente do nosso, mas com toque de Fulô, surgindo do centro. De centro cultural. Em são Paulo.
                (E São Pedro lá fora colaborando com a sonoplastia).
Experiência viva se dando a todo o momento. Contentamento. Sorrisos e espanto. E no fim do encontro ouço uma frase de um menino que vem de encontro ao meu ouvido e me arranca um sorriso: “São Pedro tá tocando tambor lá em cima...”. Frase de Mateus Santos, 2 anos
E um trovão aconteceu em mim. 

  Texto por Thiago Fernandes de Freitas 
  Foto por Paula Marcelle

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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Diálogo em Fé Maior


O encontro começa bem antes e reverbera para muito além da apresentação da narrativa. En – con – tro: ‘Eu com o outro’.

- “Tia, Deus existe?” – perguntou um pequeno curioso, vindo em minha direção, depois da apresentação da narrativa grega, com um Monte Olimpo repleto de deuses.

- “Existe! Eu acredito em Deus, você acredita?”

- “Acredito!” – respondeu ele sem titubear.

- “Você tá ouvindo a chuva lá fora e os trovões? É Deus!”

Silêncio. Nos pequenos olhos brilhantes, curiando o mundo, brotou fulô.

 
Texto por Renata Vendramin
Foto por Paula Marcelle

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Da boca para o ouvido: a arte do doar e receber.



"Deus deve gostar muito de histórias para ter criado os homens." Eu nem me recordo onde li essa frase mas nunca mais esqueci. Todos somos contadores de histórias, narradores por natureza. 
Antigamente a preservação da memória e a transmissão dos conhecimentos eram feitas somente através da oralidade, da boca para o ouvido. Hoje temos outras formas de registro e difusão do conhecimento, mas conservamos em nós o gosto pelo ouvir narrativas, por criar imagens através da palavra narrada, cantada e dançada.

Este gosto por ouvir histórias não tem idade. Quando estamos dentro do círculo como narradores, vemos o brilho nos olhos da criança, do jovem, do senhor, da senhora, que se tornam todos ouvintes, atentos por descobrir o que aquela história vai lhes revelar. Antigamente também não havia distinção entre histórias para crianças e histórias para adultos. Haviam simplesmente histórias! Para serem compartilhadas com todos, pois diziam respeito ao ser humano. E tão importante quanto a narrativa contada era o encontro que ela proporcionava à comunidade.

A Cia. da Fulô ao riscar o círculo de giz no chão do CCSP busca resgatar a atmosfera desses encontros ancestrais - sem saudosismo. Pelo contrário, reconhecendo que a vontade de narrar e ouvir histórias ainda pulsa em cada um de nós, lançamo-nos no círculo para presentificar cada uma das histórias e experienciar o encontro com os ouvintes, para aprender o que esta "arte do doar e receber" ainda tem por nos ensinar.


Texto por Renata Vendramin
Foto por Paula Marcelle

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Em janeiro de 2012:


“Círculo de giz, roda de gente, mundo de histórias”



Então era uma vez assim: a gente faz um círculo de giz, forma uma roda de gente e lançamo-nos todos juntos para dentro do mundo da história. E tudo da história acontece da cumplicidade que existe entre quem lança o fio da história e quem dela compartilha. Como numa teia sendo tecida com fios de palavras, palavras que transbordam movimentos, movimentos que compõe uma música, música que dá o tom do encontro. Encontro! De fio em fio - que vão sendo tecido na delicadeza de cada passagem da história – encontros vão acontecendo. O personagem da nossa história sai pela estrada à procura do seu tambor e no caminho encontra com toda uma sorte de gente: vendedores, lavadeiras, viajantes e parteiras. Criança nascendo, criança chorando. Na brincadeira de imaginar os encontros de Totó, a Fulô encontrou gente de bem longe, gente de pertinho que vem sempre e gente que nunca tinha vindo, chegando de mansinho, ocupando seu lugar na roda. E como um organismo vivo e pulsante, a roda permite que a história se transforme a cada encontro. Ganhe novas cores, novos jeitos de acontecer, impregnada das contribuições de cada presença. Eis a magia do encontro! Saímos todos transformados, levando a experiência que criamos juntos.

Amanhã riscamos outro círculo, formaremos uma nova roda e a magia torna a acontecer...

A Fulô agradece a presença valiosa de quem veio formar a nossa roda neste final de semana. A quem veio de longe ou de perto. Á troca e aos olhares que ganhamos de presente agora e aos que tornamos a (re) conhecer. É no encontro que a nossa roda se mantém. É para ele que nos colocamos na roda. Semana que vem tem mais! Nova roda, nova história, novo encontro. E do que a gente vai brincar?


Todos os sábados e domingos (e também no feriado do dia 25) de Janeiro às 14hs30 na Biblioteca infantil do Centro Cultural São Paulo. – Av. Vergueiro, 1000. Entrada Gratuita.


Texto por Janaína Silva, fotos por Paula Marcelle.