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quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Agenda de Outubro:

CASA DAS ROSAS
Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura.
Av.Paulista, 37 - Bela Vista. http://www.casadasrosas-sp.org.br/

Dia 13 de outubro de 2012: Peça A MOÇA DE BAMBULUÁ, às 14h.

(Foto Tchê Araújo)

Sinopse: João era andarilho, tocador de viola, um viajante. Numa de suas andanças chega numa gruta misteriosa. Lá, conhece a Moça de Bambuluá e seu jeito doce de amar. A partir desse encontro, João é posto à prova: aprender a língua dos pássaros e enfrentar o medo da morte para chegar até Bambuluá.

Para todas as idades, a partir de 07 anos.
 

Dia 14 de outubro de 2012: Narração de Histórias projeto CÍRCULO DE GIZ, RODA DE GENTE, MUNDO DE HISTÓRIAS, narrativa: TOTÓ: O TOCADOR DE TAMBOR, às 15h.

 
(Foto Paula Marcelle)
 
Sinopse: Antônio é um menino de brilho nos olhos como qualquer outro. Um dia ele ouve o toque de um tambor num Festa do Boi. Seu coração começa a bater no mesmo compasso. Pé com pé. Passo com passo. Ele resolve sair em busca do seu próprio tambor. De encontro em encontro. De troca em troca no caminho em direção ao mercado, o menino Antônio se transforma em Totó: o tocador de tambor.
 
Para todas as idades.
 

APRESENTAÇÕES GRATUITAS!

 

quinta-feira, 12 de julho de 2012


Dia 28 de julho, tem a peça A MOÇA DE BAMBULUÁ na
MOSTRA DE TEATRO MONTE AZUL.
16h - Entrada Gratuita (retirar ingresso com 1 hora de antecedência)
Para todas as idades!

domingo, 8 de julho de 2012

FULÔ no VII FESTIVAL DE TEATRO DE PARANAVAÍ


Foto por Herikson Souza

No dia 08 de junho estivemos em Paranavaí, Paraná, apresentando a peça A MOÇA DE BAMBULUÁ. Além de todas as pérolas dos inúmeros encontros artísticos e familiares que tivemos, recebemos os prêmios de:

Melhor Ator para Thiago Fernandes de Freitas

Melhor Espetáculo pelo voto do Juri Popular

Brotaram fulores!
ARTE como INSPIRA-AÇÃO


Foto Herikson Souza


Viagem é oportunidade. Presente surpresa. Oportunidade de surpreender-se.

Botamos o pé e os instrumentos na estrada para mais um encontro.

O primeiro fora do estado de São Paulo. Destino: Paraná, que significa ‘Grande Rio semelhante ao Mar’.

O encontro se deu mais especificamente em Paranavaí, uma pequena cidade do noroeste do estado. A Cidade Poesia.

O nome da cidade é um neologismo criado pela junção dos nomes de dois rios: o Paraná e o Ivaí.  A mistura de nomes indígenas traz o sabor da farofa brasileira.

Além de cidade poesia, que traz farofa no nome, Paranavaí é cidade de origem. Da minha origem. E fiquei muito feliz de poder retornar à cidade que nasci, cresci e vivi até os 16 anos, e me reencontrar com ela através da arte e em companhia de meus parceiros-irmãos de trabalho.   

Participamos do VII Festival de Teatro da cidade. A apresentação aconteceu na praça do Teatro Municipal, uma construção nova, centro irradiador de arte e inspiração.

A plateia era formada por artistas locais e de fora, parentes próximos, amigos de infância, desconhecidos conterrâneos...  bebês, crianças, jovens, adultos, idosos, formando o nosso semicírculo mestiço do encontro.

Bem no meio da meia lua estavam duas presenças muito especiais para essa viagem de retorno à cidade de origem: meu avô de 86 anos, Vô Paulo, e a avó do Thiago, Vó Ilda, que, não por acaso, mora ali, pertinho, numa outra pequena cidade.

Todas as presenças são essenciais em um encontro. Mas hoje peço licença para falar da presença dos avôs.

Vô e vó estavam de coração aberto à experiência. E quando o encontro começou, ele já não era o meu avô ou a avó do Thiago, eles eram as presenças anciãs. Os corpos esculpidos pelo tempo em nenhum momento se desajeitaram na cadeira. Dos olhos atentos e profundos saíam faíscas do novo.

A presentificação da narrativa ganhou outra dimensão. Ao recontar a história antiga de João, olhando nos olhos dos avôs - os senhores das experiências – compreendi sentidos e tive percepções da narrativa até então desconhecidos. A narrativa saia de mim, passava por eles e voltava outra: repleta, renovada, refinada pelo encontro.

Palavras abriam caminhos e (re)faziam conexões. Uma comunicação outra, possibilitada e protegida pelo encontro artístico, deu-se: com a presença anciã e com o lugar de origem.

Do encontro, saio com a sensação de que também algo mudou na paisagem interna dos presentes a partir da experiência.

Na semana seguinte a apresentação, minha mãe me liga contando que sugeriu ao meu avô que desse flores a sua esposa no dia dos namorados. Ele adorou a ideia e escreveu um cartão que dizia mais ou menos assim: ‘Para a minha formiguinha, do seu eterno namorado’. Em mais de 40 anos de casados ele nunca havia dado flores a sua segunda companheira de vida.

Creio que ventos sopraram na paisagem interna e reverberam na paisagem externa.

Renata Vendramin




segunda-feira, 9 de abril de 2012

Olhos interioranos

Primeira viagem da Cia. da Fulô para uma cidade do interior.



Me lembrei dos meus tempos de menina do interior. Pé descalço na terra e fruta gostosa na mão.

Um toquinho, de cabelos desgrenhados pelo vento, de olhos abertos que não cabiam no rosto.

Aos 6 anos entrei pela primeira vez num teatro. Meu coração bateu diferente. Nada acontecia no palco. O espaço sagrado do encontro me emocionava. Estava feliz por estar ali. Quando vi os atores então... meu coração não coube no peito: que seres eram aqueles capazes de se transformar em muitos?

Neste fim de semana em Prudente me reconheci nos olhos de duas pequenas de 7 anos, que me olhavam e me viam para além do que sou. Que me viam mensageira. Alguém que lhes trazia algo novo. Novas realidades. Um novo jeito de olhar para a realidade.

O sentimento delas parecia o meu de tempos atrás. E ao senti-lo novamente através delas, me reconecto àquela sensação primeira – original - que fez com que eu trilhasse o meu caminho.

Gratidão pelo encontro meninas.


Texto por
Renata Vendramin







 

sexta-feira, 6 de abril de 2012





Domingo de páscoa  08/04/2012 a Cia fará uma apresentação na área de convivência do Sesc Thermas de Presidente Prudente as 15h  gratuitamente.

Mais detalhes no link:
http://www.sescsp.org.br/sesc/programa_new/mostra_detalhe.cfm?programacao_id=218696

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Entre São Pedro e São Paulo



Foi assim mesmo. Acredite que foi. Entre trovões e relâmpagos. Entre São Pedro e São Paulo, que começamos a história de um menino semideus: Asclepius, que ultrapassou os limites de Zeus – o deus maior de todos.
Nesse dia de água que salta nuvem e molha asfalto, terra e telhado; dentro de um círculo de giz, desfrutamos de um encontro entre deuses, narradores, adultos e crianças. Sendo crianças estas, das mais poetas as mais quietas.
Eram olhos estalados. Era berimbau ressoando entre ouvidos e livros. E um mundo Grego, diferente do nosso, mas com toque de Fulô, surgindo do centro. De centro cultural. Em são Paulo.
                (E São Pedro lá fora colaborando com a sonoplastia).
Experiência viva se dando a todo o momento. Contentamento. Sorrisos e espanto. E no fim do encontro ouço uma frase de um menino que vem de encontro ao meu ouvido e me arranca um sorriso: “São Pedro tá tocando tambor lá em cima...”. Frase de Mateus Santos, 2 anos
E um trovão aconteceu em mim. 

  Texto por Thiago Fernandes de Freitas 
  Foto por Paula Marcelle

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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Diálogo em Fé Maior


O encontro começa bem antes e reverbera para muito além da apresentação da narrativa. En – con – tro: ‘Eu com o outro’.

- “Tia, Deus existe?” – perguntou um pequeno curioso, vindo em minha direção, depois da apresentação da narrativa grega, com um Monte Olimpo repleto de deuses.

- “Existe! Eu acredito em Deus, você acredita?”

- “Acredito!” – respondeu ele sem titubear.

- “Você tá ouvindo a chuva lá fora e os trovões? É Deus!”

Silêncio. Nos pequenos olhos brilhantes, curiando o mundo, brotou fulô.

 
Texto por Renata Vendramin
Foto por Paula Marcelle

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Da boca para o ouvido: a arte do doar e receber.



"Deus deve gostar muito de histórias para ter criado os homens." Eu nem me recordo onde li essa frase mas nunca mais esqueci. Todos somos contadores de histórias, narradores por natureza. 
Antigamente a preservação da memória e a transmissão dos conhecimentos eram feitas somente através da oralidade, da boca para o ouvido. Hoje temos outras formas de registro e difusão do conhecimento, mas conservamos em nós o gosto pelo ouvir narrativas, por criar imagens através da palavra narrada, cantada e dançada.

Este gosto por ouvir histórias não tem idade. Quando estamos dentro do círculo como narradores, vemos o brilho nos olhos da criança, do jovem, do senhor, da senhora, que se tornam todos ouvintes, atentos por descobrir o que aquela história vai lhes revelar. Antigamente também não havia distinção entre histórias para crianças e histórias para adultos. Haviam simplesmente histórias! Para serem compartilhadas com todos, pois diziam respeito ao ser humano. E tão importante quanto a narrativa contada era o encontro que ela proporcionava à comunidade.

A Cia. da Fulô ao riscar o círculo de giz no chão do CCSP busca resgatar a atmosfera desses encontros ancestrais - sem saudosismo. Pelo contrário, reconhecendo que a vontade de narrar e ouvir histórias ainda pulsa em cada um de nós, lançamo-nos no círculo para presentificar cada uma das histórias e experienciar o encontro com os ouvintes, para aprender o que esta "arte do doar e receber" ainda tem por nos ensinar.


Texto por Renata Vendramin
Foto por Paula Marcelle